Just for the record
Azar, gostei!
Dezembro de 2003 - Abril de 2006
Em 1988 eu tinha 14 anos e uma turma de amigas malucas com quem criei o "clube do ódio". A gente odiava muita coisa. Até que um dia meu pai sentou para uma conversa e me perguntou se eu tinha noção do que a gente queria dizer com aquilo. Se eu tinha noção do peso daquela palavra.
Desde então eu tenho uma certa alergia ao termo. Até detesto algumas coisas, tenho pavor de outras, mas não consigo ODIAR quase nada. Fuçando agora no Orkut (que tinha abandonado, é verdade), achei uma pá de comunidades "Eu odeio quelque chose". Caramba! Será que essas pessoas se ligam do que estão dizendo?
Será que projetos como este qualificam um político para um cargo Executivo? Este senhor que quer multar quem dá nome de gente a bicho deve ter uma "produtividade" espantosa no Legislativo!
...estou cheia de coisas pra fazer e não tinha nada que estar postando aqui! Mas eu não agüento mais abrir o blog e ver o Floc me olhando com essa carinha de "sai da frente do computador e vem brincar comigo".
Além do mais, eu acabo de mandar o meu sofá para estofar. Vai ficar lindo, mas eu não vou mais ter grana pra passar o feriado de 15 de setembro em São Paulo.
Escolhas...
Agora temos o nosso blog. O índice de piadas internas e absolutamente sem graça para o público externo deverá ser muito alto. Estou avisando. Portanto, não aceito reclamações.
Já que a política eleitoral é o mal necessário da democracia, estou anarquista. E sou pelo "quem não atrapalha já faz muito". O negócio é que a cidade, o Estado e o País sempre andarão independentemente ou apesar do(s) governo(s). Basta que eles não atrapalhem. Em Porto Alegre, nem o Fogaça nem o Raul são do tipo que atrapalham. Bacana isso...
Tá lá no clicNotícias: Avaliação médica confirma demência de Pinochet. Só louco mesmo pra ter feito tudo o que fez... E não venham me dizer que é de hoje!
Preciso confessar que sinto uma inveja saudável de quem tem uma causa definida. Daquelas pessoas que acreditam tanto em algo que são capazes de falar horas sobre o assunto, como eu costumava fazer na minha adolescência.
Não sei se foi a morte do meu pai, se foi o meu amadurecimento meio que forçado aos 21 anos, se foi a convivência com uma família vítima de injustiça (que passou a ser também a minha família)... Só sei que a minha causa é a tolerância.
E a minha causa parece vaga demais. Exige muito bom senso e não combina com discursos ou pregações. Pelo contrário, a tolerância na verdade repudia a atitude do "isto é o certo, por isso me ouça e aprenda".
Quem me conhece, sabe que eu tenho mania de fazer observações absurdas sobre assuntos polêmicos só para provocar mesmo. É um humor meio torto, que eu aprendi com o pai de quem falei ali em cima e de quem vivo falando. Mas só quem me conhece mesmo sabe que esses absurdos que eu digo são o meu jeito de dizer: é tudo bobagem!
Acredito piamente que nenhuma crença é suficientemente consistente para não ser ridícula. Só que a tolerância é ampla demais, subjetiva demais para ser simplificada. Meu lema de vida é "sou radicalmente contra radicalismos", e é um lema difícil de defender.
Será que isso tem cura?
Com todo respeito aos colegas do Globo Online, mas podiam ter passado a bandeira que foi usada pra fazer a imagem do especial de Eleições, nénão? Ou pelo menos apelar prum Photoshop básico antes de publicar...
A minha avó materna morreu neste sábado, aos 94 anos de idade. Eu não tenho nada a escrever sobre isso.
Meu pai morreu em 23 de fevereiro de 1996, aos 48 anos de idade. Eu ainda vou escrever um livro sobre isso.
Estou com um vazio grande bem aqui, ó, e tudo o que consigo dizer a respeito está aí em cima.
Acho que isso não ajuda muito a minha mãe.
Chego em casa depois da uma da matina e ligo o computador com a desculpa de que preciso trabalhar. Mentira! Eu quero mesmo é ler um pouco mais do livro que estou traduzindo antes de dormir.
Quer coisa melhor?
Não gosto de ler ficção científica. No cinema até me interessa, mas, na literatura... acho uma chatice.
Taí por que nunca tinha lido Vonnegut. Mesmo com o Márcio e o Paulo Moreira insistindo, dizendo – com razão – que o cara era o máximo e tal e coisa.
Eis que sou abençoada com a tarefa de traduzir um clássico absoluto do sujeito. E me sinto na obrigação de ler pelo menos um dos livros dele. Posso não gostar, mas preciso reconhecer a importância da figura, certo?
Ontem terminei o Timequake. Perfeito. Na medida certa. Tocante. Engraçado. Encantador. Genial. O texto é primoroso e divertido, a linguagem, inacreditável, o discurso, absolutamente coerente e moderno. Matadouro 5, que está em andamento, é a melhor coisa que já traduzi desde sempre.
O lado bom de ter sido preconceituosa por tanto tempo? Ainda tenho TODA a obra dele por ler.
Tlintlim!