A dura vida de dono de cachorro
Sempre que uma cadela entra no cio numa das casas aqui do condomínio (e elas são muitas), os meus dois amores caninos se desentendem. Briga de cachorro do mesmo tamanho (e no nosso caso, da mesma cor) é uma coisa feia, barulhenta e apavorante. Separando algumas eu já levei belas dentadas e tenho feias cicatrizes na perna, no braço e nas mãos. Na verdade, não haveria por que separar, porque já deu pra ver que os dois não se matam, no máximo se machucam, e param quando isso acontece, mas eu não agüento e acabo me metendo.
Ontem eles se estranharam. Hoje, brigaram quando só a Célia, nossa fiel escudeira, estava em casa. Como o Bubi sempre faz um draminha pós-briga, mancando com uma das patinhas, ela só me avisou, mas não achou que fosse nada sério. Foi um pouco sério. A mordida do Floc pegou numa articulação, e, segundo a veterinária (desta vez tivemos de pedir socorro, porque o draminha não terminava nunca), deve estar doendo muito. Ele está tomando antibiótico e antiinflamatório de gente e antiinflamatório de cachorro.
Quando eu não era cachorreira, se alguém me contasse esta história, eu diria "Mas por que vocês não dão um dos dois?" Na atual conjuntura, tal opção é absolutamente absurda, e acredito piamente que só nos resta continuar contornando essas brigas e lidando com a dor que é vê-los se pegando de vez em quando. E também com a irritação inevitável de quando as duas bonecas voltam às boas (nas entressafras de cios) e fazem tudo como os melhores amigos do mundo.
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