Não falem mal do Orkut perto de mim
Tem gente que ainda não se rendeu a ele, como o Márcio, e fala mal sem saber do que está falando mal. Tem gente que se rendeu e saiu, porque achava tudo aquilo uma bobagem. Tem gente que se autodeletou porque acha que é coisa do demo. Tem gente que diz que não tem tempo. Enfim... Só que por causa do Orkut eu reencontrei velhos amigos que não sabia por onde andavam e retomei contato com antigos parceiros que tinham se perdido no vaivém da nossa vida maluca.
Anteontem, fui "added" por uma pessoa que foi importantíssima na minha vida e, aposto, na vida de muita gente que passou pelas aulas dela. A Ciça, pra mim, é até hoje sinônimo de professora de inglês. Sabe aquelas pessoas que fazem a coisa com gosto? Que sabem muito e ensinam muito? Que torcem pelos alunos? A Ciça é deste tipo de professora. O quê? Tu não teve nenhum(a) assim? Que pena. Eu tive alguns, e a Ciça foi sempre um modelo pra mim.
Ela foi minha professora particular e no colégio. Como eu estava muito adiantada em relação ao conteúdo do currículo (fazer o quê), ela fazia vista grossa (acho que depois de tanto tempo não faz mal contar isso :-) e deixava que eu e a Leticia "matássemos" a aula dela desde que tirássemos sempre 10. E a gente tirava. E a gente adorava conversar com ela fora da aula. Em inglês. Porque era nisso que a gente mais aprendia.
Eu nunca morei no Exterior. Na verdade, eu nunca viajei para um país de língua inglesa. Mesmo assim, é graças ao meu conhecimento do inglês (e, claro, do português, de que eu também tive grandes professores, mas não é disso que estou falando agora), que hoje eu ganho a vida fazendo uma coisa que amo e que, sem falsa modéstia, sei que faço bem, que é traduzir.
Mérito meu, diz a Ciça. Pode ser, admito que tenho facilidade para aprender línguas, mas ela certamente teve um papel fundamental nisso. Entre outras coisas, porque sempre percebeu que, fora das aulas dela, com os Beatles e os milhares de filmes da minha adolescência, eu andava aprendendo mais do que estava nos livros. Ela não me obrigou a passar do Book 1 pro Book 2 e então pro Book 3 etc. Ela pulava livros descaradamente. "Rasgava" livros. E se estrebuchava para tirar de ouvido (comigo e com a Leticia) letras de música que ela não fazia idéia de onde a gente tinha tirado.
Enfim, este é só um dos motivos pelo qual eu hoje estou dizendo: não falem mal do Orkut perto de mim.
P.S.: Ciça, vai daqui uma resposta em público ao teu e-mail privado dizendo que o mérito é todinho meu. Entendeu agora por que não é? :-)
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