Sabe quando bate aquela sensação que é uma mistura de alegria e ansiedade? Uma ansiedade alegre, pode-se dizer. Pois é assim que estou hoje e tenho estado nos últimos dias. Nem mesmo o fato de que andei 50 minutos de pé num ônibus para chegar ao trabalho (sic, porque trabalho é o que menos tenho a fazer) neste sábado de manhã mudou isso.
Hoje faz 8 anos que descobrimos que meu pai estava com a doença que dois meses depois viria a afastá-lo fisicamente de nós. Pela primeira vez em todo este tempo, não sinto uma tristeza profunda ao pensar nisso. Sinto, isso sim, uma paz imensa ao perceber que mesmo depois de tanto tempo ele continua tão presente na minha vida como se eu tivesse acabado de falar com ele.
E não me venha com espírito natalino e de fim de ano, que eu acho que tem muito pouco a ver com isso. Tem, isso sim, a ver com o momento de verdadeira renovação que estou vivendo. Tão grande e tão importante que eu sequer tenho vergonha de expressar isso em palavras e parecer ridícula.
"Mais louco é quem me diz..."
O dia se espatifa *
Dezembro de 2003 - Abril de 2006
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